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Algo que todos deveriam saber antes de escrever um texto


como aprender a escrever

No processo de seleção de uma das maiores empresas de computadores do mundo, é pedido ao candidato que relate UM (e apenas UM) projeto que já tenha participado em seu emprego anterior. A companhia entende que saberá muito mais sobre seu entrevistado se ele narrar com detalhes sua participação em UM dos projetos ao invés de listar genericamente todos que já participara ao longo de sua vida profissional. Chamemos a esse recorte de UNIDADE TEMÁTICA, algo que todos deveriam saber antes de escrever um texto.

Este texto faz parte de uma série de quatro posts intitulada "4 Dicas que irão transformar sua forma de escrever (completamente)". Opcionalmente, você pode LER A PARTE 1 e a PARTE 2 antes de prosseguir com esta leitura.

Dica 3 - UNIDADE TEMÁTICA

Entendemos melhor a estratégia dessa grande multinacional pela definição de UNIDADE TEMÁTICA dada pelo professor Paulo Guedes: “nós mesmos, como todos os assuntos de que podemos tratar, somos infinitos, e não há texto, por maior que seja, que possa dar conta de tudo. Tratar de tudo um pouco equivale a tratar de tudo muito pouco, do que resulta não um texto, mas uma lista quase sempre desordenada de pequenos dados, que não chegarão a compor um todo. É a delimitação de um tema e a identificação de suas partes componentes e das relações que essas partes mantêm entre si que tornam interessante tanto uma conversa quanto um texto. Sem a composição de um todo, sem a tentativa de estabelecer uma ordem para as coisas, não há texto.”

Não há texto sem UNIDADE TEMÁTICA pois, paradoxalmente, quem se propõe a falar sobre tudo termina por falar nada sobre coisa alguma. Esse defeito é claramente percebido nas redações de vestibulares. O vestibulando, em sua ânsia de demonstrar TODO conhecimento que julga dispor sobre um determinado assunto, quer expô-lo integramente ao corretor. Dissertações desse tipo apenas repisam generalidades mais óbvias e conhecidas a respeito do assunto ou apenas listam ideias interessantes que irão permanecer na superficialidade (afinal, há pouco espaço e muitas coisas a dizer!). Ao término do texto, teremos um leitor frustrado: só leu o que já sabia ou não chegou a ver aprofundamento naquilo que poderia ser interessante.

O(s) primeiro(s) parágrafo(s) de um bom texto dissertativo tem a função de abertura textual. Aqui o autor nos faz uma promessa que esperamos que seja cumprida. Assim, se ele se propõe a falar sobre maças, não deveria no segundo parágrafo falar sobre bananas, no terceiro sobre cerejas e terminar falando sobre frutas em geral. Quem escreve tem a responsabilidade de "pegar o leitor pela mão" e conduzi-lo ao longo da leitura. O autor precisa conduzir o texto, não se deixar levar por ele durante a escrita.

Em um texto narrativo de apresentação pessoal (já mencionado nos outros posts da série), se nos dispusermos a enumerar todos os gostos e traços de nossa personalidade, nos mostraremos menos ao nosso leitor do que se nos focássemos em apenas um deles. Afinal, eu dizer que me chamo Fulano, tenho 20 anos, sou uma pessoa calma que gosta de viajar, de ir ao cinema e de ler diz menos do que se eu falasse apenas sobre meu gosto pela leitura, quais são minhas preferências, com que frequência realizo essa atividade e o que há de diferente na forma com que faço em relação a outras pessoas. Nesse recorte, poderia dar ao meu leitor as outras qualidades discursivas apresentadas nos textos anteriores: OBJETIVIDADE (já que daria todos os elementos necessários para ele compor uma história), CONCRETUDE (uma vez que traria narrativas, exemplificações e fatos que tornassem concreto o que estou tentando dizer) e, por fim, a UNIDADE TEMÁTICA (que é a promessa feita de falar sobre maças e não bananas).

Para que tenhamos, de verdade, um texto, ainda falta um elemento muito importante: uma razão para que o leitor pare a sua vida e se disponha a conhecer o que temos para contar. Essa razão é a nossa última qualidade discursiva: para conhecê-la LEIA A PARTE 4

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